
Foto: Lula Marques (Agência Brasil)
Condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e também à perda do mandato após supostamente invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a deputada federal Carla Zambelli (PL) anunciou, nesta terça-feira (3), em entrevista à rádio AuriVerde, que saiu do Brasil.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Ela não revelou o país de destino, mas tudo indica que está nos Estados Unidos antes de seguir para a Itália, já que tem cidadania italiana.
– Estou fora do Brasil já faz alguns dias. A princípio, vim em busca de um tratamento médico que eu já fazia aqui – afirmou Zambelli, acrescentando que pedirá afastamento sem vencimentos do cargo.
Depois do anúncio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão dela, mas até o fechamento da coluna não havia decisão do STF.
Ainda na entrevista, a deputada disse que, na Europa, planeja fazer o mesmo que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que se licenciou do mandato e foi para os Estados Unidos sob o argumento de “denunciar a ditadura” que o Brasil, conforme os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enfrenta. Zambelli negou que tenha abandonado o país.
–Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Nem desistir da minha luta. Muito pelo contrário. É resistir. É poder continuar falando o que quero. Voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que esta ditadura nos impôs – garantiu Zambelli, dizendo-se vítima de perseguição judicial.
Nas redes sociais, esquerda e direita se digladiaram com o fator Zambelli. Apoiadores de Lula (PT) acusaram a deputada de fugir do país para não ser presa. Por outro lado, os representantes da direita, especialmente os bolsonaristas, argumentaram que a deputada não teve alternativa diante da “ditadura da toga”.
No governo Bolsonaro, o deputado Jean Wyllys, na época do PSol, saiu do Brasil alegando perseguição política pela sua orientação sexual. Por isso, foi muito criticado pela direita. Agora, Eduardo e Zambelli imitam o ex-deputado. Ah, os argumentos são praticamente os mesmos entre esquerda e direita para a saída de parlamentares do Brasil, só há uma inversão das narrativas.